Menino-sorriso, Jorginho Bitencourt é eternizado em nome de rua em Barbacena

Jorge Bitencourt Junior tinha 31 anos quando, numa festa com os amigos, logo após um delicioso churrasco, resolveu dar um mergulho na Lagoa Santo Antônio dos Anjos e não voltou mais. Jorginho, como era mais conhecido, morreu em uma tarde de domingo, dia 9 de fevereiro, em meio ao Carnaval, sua época do ano favorita.

Sempre lembrado como menino-sorriso, o jovem músico que passou pelas bandas União dos Artistas e Carlos Gomes – além da bateria da Mocidade Independente do Progresso e da fanfarra da Bandinha do Miró, é mais um lagunense que foi eternizado em nome de rua.

Foto: João de Sousa Junior

“É um orgulho enorme para uma mãe que criou um filho quase sozinha, pois o pai faleceu quando ele tinha apenas 14 anos, bem na adolescência”, comenta a mãe de Jorginho, Sônia Bitencourt. Ela esteve no Loteamento São Judas Tadeu, em Barbacena, recentemente, para conhecer a rua e ver a placa que preserva a memória de seu filho. “Tenho certeza, que onde ele estiver, está orgulhoso do legado que deixou pra todos nós”.

A homenagem feita ao jovem músico é uma forma de manter viva a memória de uma pessoa que teve intensa relação com a comunidade local. A prática não é nova e acontece desde os tempos mais remotos, surgindo da necessidade de identificar as vias públicas como forma de facilitar o cotidiano, por exemplo, dos entregadores de cartas.

Outros lagunenses são homenageados

Em 2019, outros lagunenses que marcaram a história da cidade ou de algum bairro do município se tornaram nomes de rua. É o caso do artista Thiago Santiago, 54 anos, que morreu em 6 de março deste ano, após uma longa batalha contra um câncer. Ele foi homenageado em uma via no loteamento São Judas Tadeu – na mesma região, o dramaturgo emprestou seu nome à biblioteca da creche Casa da Gente, onde atuou por anos como contador de histórias.

“Para a nossa família é uma homenagem de grande satisfação. Ele merece, foi uma pessoa que cresceu batalhando por tudo o que foi na vida. É mais do que merecedor, e é só o começo”, comenta a irmã de Thiago, Alzira Santiago. “Ajudava a todos sem olhar a quem, não importava cor, raça, não olhava valores. Para ele, todos eram iguais”, destaca.

Também no mesmo bairro, o sargento da reserva Jamilson Dalazen Albino foi homenageado. Policial militar com mais de 30 anos de serviços prestados à sociedade, ele faleceu depois de um grave acidente de moto na BR-101, em Pescaria Brava.

Desde o início do ano, se tornaram nome de vias públicas em Laguna:

  • Barranceira: João Manoel Camilo (nomeando uma travessa no bairro);
  • Bentos: Lourdes Pacheco Sebastião e Alzira Cardoso Fermino (ruas);
  • Barbacena: Zelia Maria Veronez, Edgar Pereira, Murilo Speck, Sidnei Paulino Pereira e Elsio Rodrigues (ruas); e Francisco Martins Fonseca (alameda);
  • Portinho: Norberto Ulysséa Ungaretti e Alonso Antônio da Silva (ruas); e Narciso Batista (servidão);
  • Cigana: Maria Maximiano Limas (rua);
  • Cohab (Loteamento Lurdinha Schieffler): Antônio dos Reis, Raquel de Andrade Vieira Mauricio e Osvaldo Manoel Luiz Viana (ruas).

Como nomear uma rua

O artigo 24 da Lei Orgânica Municipal que, dentre outros pontos, rege o funcionamento da Câmara de Vereadores aponta que é do Poder Legislativo a atribuição de nomear as vias e logradouros públicos.

Para isso, o legislador apresenta ao plenário um projeto de lei específico com as definições de qual será a denominação e para qual via o nome deverá ser aplicado. Na maior parte das vezes, o critério afetivo é levado em consideração para a denominação, que pode ser pedida pela família ou pela própria comunidade, por exemplo. A iniciativa é discutida pelos demais vereadores e se aprovada, segue para a sanção do prefeito.

Não só são feitas denominações, como também troca delas. A mais recente aconteceu com a Avenida Marechal Castello Branco, que homenageava o primeiro presidente que governou o Brasil durante a ditadura de 1964, e que após discussão passou a eternizar o nome do piloto de motocross lagunense João Paulino Junior (Marronzinho), morto em 2012.

Praças também podem ser nomeadas ou renomeadas, como ocorreu com a praça Lions Internacional, no Mar Grosso, que se tornou praça Renascença, em 2018.

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